Procurar no site


Contatos

Brasa Tirada do Altar

E-mail: soudedeus10@hotmail.com

ATOS DOS APOSTOLOS "Até os Confins da Terra"

15-01-2011 20:20

 

 

 

Lição 13: Paulo testifica de Cristo em Roma

Data: 27 de Março de 2011

 TEXTO ÁUREO 

E, na noite seguinte, apresentando-se-lhe o Senhor, disse: Paulo, tem ânimo! Porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma(At 23.11).

 VERDADE PRÁTICA

 A principal e a mais urgente missão da Igreja é a evangelização de todos os povos e nações.

 LEITURA DIÁRIA

 Segunda - At 9.15

Chamado para evangelizar os poderosos

 

 Terça - At 24.1-27

Paulo testifica diante do governador Félix

 

 Quarta - At 25.1-17

Paulo perante Festo

  

Quinta - At 25.18 – 26.32

Paulo testifica ao rei Agripa

 

 Sexta - At 28.11-31

Prisão domiciliar de Paulo em Roma

 

 Sábado - Rm 15.18-24

Paulo, apóstolo dos gentios

 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 Atos 27.18-25.

 18 - Andando nós agitados por uma veemente tempestade, no dia seguinte, aliviaram o navio.

19 - E, ao terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio.

20 - E, não aparecendo, havia já muitos dias, nem sol nem estrelas, e caindo sobre nós uma não pequena tempestade, fugiu-nos toda a esperança de nos salvarmos.

21 - Havendo já muito que se não comia, então, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Fora, na verdade, razoável, ó varões, ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e assim evitariam este incômodo e esta perdição.

22 - Mas, agora, vos admoesto a que tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio.

23 - Porque, esta mesma noite, o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo,

24 - dizendo: Paulo, não temas! Importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo.

25 - Portanto, ó varões, tende bom ânimo! Porque creio em Deus que há de acontecer assim como a mim me foi dito.

 

INTERAÇÃO

 Professor, com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os encontros dominicais, você e seus alunos, com certeza foram edificados, exortados e consolados mediante o estudo do livro de Atos. A Igreja de Cristo segue vitoriosa, e você faz parte dessa Igreja, por isso não deixe de dar continuidade a evangelização dos povos. Creia que a principal e mais urgente missão da Igreja é a evangelização dos povos e nações.

Na lição de hoje estudaremos a respeito da viagem de Paulo a Roma. Veremos que essa não foi uma viagem fácil. Paulo enfrentou grande perigo, todavia o Senhor o guardou e o levou em segurança até o seu destino final. Em Roma, Paulo ficou em prisão domiciliar e teve a oportunidade de se reunir com os líderes da comunidade judaica, testemunhando de Cristo e dando continuidade à obra do Senhor.

 OBJETIVOS

 Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Narrar os principais acontecimentos da viagem de Paulo a Roma.
  • Compreender que Paulo, com ousadia, proclamou o Evangelho de Cristo em Roma.
  • Conscientizar-se de que a principal e mais urgente missão da Igreja é a evangelização de todos os povos e nações.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 Professor, para a lição de hoje sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Utilize-o ao concluir o primeiro tópico. Junto com os alunos reflita sobre o que aconteceu com Paulo durante essa viagem. Enfatize o fato de que Júlio, o oficial do exército romano, demonstrou ter consideração e respeito por Paulo (27.3), tendo, inclusive, ajudado o missionário durante o naufrágio (27.43).

 

 

COMENTÁRIO

 introdução

 Palavra Chave

Testemunha: [Do gr. martyr; do lat. testimonia]. O que atesta a veracidade de um fato.

 

O apóstolo Paulo não era prisioneiro de César ou de Roma; era-o de Cristo (Ef 3.1; Fm 9). Do relato lucano, concluímos: os fatos que o conduziram a Roma não eram incidentais, mas propositais, pois foram dirigidos por Deus (At 23.11). Se era urgente fosse o evangelho anunciado em Jerusalém, a capital religiosa dos judeus, era premente que a palavra da salvação alcançasse Roma, a capital política do Império.

Assim chega o evangelho à capital do Império Romano. O mensageiro na verdade achava-se preso, mas a mensagem da cruz tinha livre curso em Roma, Ninguém era capaz de detê-la. A Palavra de Deus avançava sem impedimento algum.

 I. VIAGEM DE PAULO A ROMA (At 27.1 — 28.10)

 Constrangido a apelar para César, o apóstolo Paulo é conduzido agora pelas autoridades romanas à capital do império. O que parecia um simples traslado de preso, haveria de ser registrado pela história como o início da maior expansão do Cristianismo que, conquistando toda a Europa Ocidental, não tardaria a chegar aos pontos mais ignorados do planeta.

1. De Cesareia a Roma (27.1-44). Em sua viagem, o apóstolo conta com a assistência de Lucas e de um crente macedônio chamado Aristarco (ver 19.29; 20.4; Cl 4.10; Fm 24). Como diz o sábio rei de Israel, é na angústia que nasce o irmão (Pv 17.17; 18.24). Além disso, o centurião que lhe cuida da segurança, trata-o com deferência e humanidade. Permite-lhe inclusive que visite a igreja em Sidom. Quando Deus nos envia, até os inimigos fazem-se amigos e os amigos tornam-se irmãos.

Açoitada pela voragem do mar, segue a nau lenta e dificultosamente até Mirra, na Lícia. Desta cidade, zarpam em direção da Itália em um navio procedente de Alexandria. Embora prisioneiro, o apóstolo mantém o controle da situação. Mostra uma autoridade moral e espiritual que viria a surpreender a todos naquela nau. Haja vista a advertência que faz ao centurião quanto aos perigos que os aguardavam em seu trajeto a Roma. O militar, que de início prefere ouvir o piloto a Paulo, ver-se-á mais adiante obrigado a reconhecer a oportunidade de seu conselho.

2. Paulo na ilha de Malta (At 28.1-10). Forçados a desembarcar em Malta, localizada ao sul da Sicília, todos são tratados com singular bondade pelos naturais da terra. Ali, opera o Senhor, por intermédio de Paulo, sinais e maravilhas. Aquele que se mostrara imune à víbora que se achava oculta nos gravetos, cura o pai de Públio, magistrado local, e recupera a saúde a muitos ilhéus. Dessa maneira, semeia Paulo uma igreja que não tardaria a florescer. Apesar das dificuldades que você enfrenta, querido missionário, Deus quer operar o sobrenatural por seu intermédio.

3. Paulo chega a Roma (At 28.11-15). Decorridos três meses, o navio que conduziria Paulo a Roma, zarpa generosamente suprido pelos malteses. Desembarcam em Siracusa, chegam a Régio e aportam em Putéoli. Aqui, instados pelos irmãos, o apóstolo juntamente com seus companheiros hospedam-se por sete dias.

Já em Roma, encontra-se com alguns irmãos na praça de Ápio. O Senhor jamais abandona os seus mensageiros, mesmo distantes da pátria querida, faz-nos Ele sentir-nos em casa. Você passa por alguma provação? Parece que o trabalho não avança? Não se deixe abater. A Palavra de Deus jamais voltará vazia. Você ficará surpreso com o que o Cristo está para realizar através de seu ministério.

 

 SINOPSE DO TÓPICO (I)

 Paulo sofreu um naufrágio em sua viagem a capital do império romano, porém, Deus guardou a vida do seu servo, livrando-o da morte.

 

 

II. O EVANGELHO É PROCLAMADO NA CAPITAL DO IMPÉRIO (At 28.16-31)

 

Se o Senhor decretou fosse o evangelho conhecido em toda a Roma, por que manteve encarcerado o seu maior campeão? Neste momento, talvez esteja você aprisionado a entraves burocráticos dentro e fora de nossas fronteiras. Não se desespere. Ninguém haverá de algemar a mensagem da cruz. Não há protocolo capaz de barrar a vontade de Deus.

1. Prisão domiciliar (28.16). Como não recaía sobre Paulo nenhuma acusação de crime capital, era-lhe permitido morar por sua própria conta. Apesar de vigiado por um soldado, tinha liberdade de ler, escrever, receber visitas e, naturalmente, evangelizar. Terá aquele militar se convertido a Cristo? Não tenho dúvidas. Mesmo sem liberdade, o Senhor deixa-nos livres para realizar a sua obra.

2. Apologia entre os judeus (28.17-22). De sua prisão domiciliar, Paulo convoca os líderes da comunidade judaica para expor-lhes os eventos que o trouxeram sob algemas a Roma. Como apóstolo dos gentios, aproveita ele para anunciar que Jesus era, de fato, o Messias de Israel. Alguns deixam-se persuadir, outros preferem continuar na incredulidade. Entre os gentios, contudo, o evangelho põe-se a expandir até mesmo na elite romana. Na exposição da Palavra de Deus, seja um autêntico apologeta. Apresente, com mansidão e firmeza, as razões da esperança cristã.

3. Progresso do evangelho em Roma (28.23-31). Roma era o centro político, econômico e cultural do mundo. Apesar de sua grandeza e não obstante a sua importância, a cidade fizera-se notória pela lassidão moral e pela degenerescência de seus costumes. Em seus termos, os cultos mais extravagantes e as mais exóticas religiões. E os deuses encontradiços em cada praça e logradouro?

Gente de toda parte misturava-se pelas ruas de Roma. Berço de notáveis oradores, políticos, generais e juristas, era a cidade marcada pela injustiça, ignorância e por uma soberba tola e animalesca. Haja vista as deferências cultuais que recebiam imperadores como Nero e Calígula.

Todavia, ali estava um poder que haveria de sobrepor-se sobre a todos os mais afamados símbolos e potentados romanos: o Evangelho de Cristo Jesus. Haveria este de avançar com muito mais determinação do que as mais aguerridas legiões romanas. Avançaria sim e conquistaria nações sem impedimento algum.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Paulo foi conduzido pelas autoridades até Roma. Ali, em prisão domiciliar, ele pregou o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

 

 CONCLUSÃO

 Se Lucas deixa em aberto os Atos dos Apóstolos, por que iríamos nós fechar as portas que o Espírito Santo nos abre todos os dias? Sim, portas à evangelização nacional e portas às missões transculturais. Aproveitemos, pois, o Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, para dar continuidade à evangelização dos povos. Atos 1.8 é uma ordenança que não pode ser esquecida. Se nos dispusermos a ir, todos os impedimentos ser-nos-ão tirados.

 VOCABULÁRIO

 Centurião: Comandante de um grupo de cem soldados.
Degenerescência: Degeneração, decaimento.
Lassidão: frouxidão moral.

 BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

PEARLMAN, M. Atos. E a Igreja se Fez Missões. 1.ed., RJ: CPAD, 1995.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 1. De quem Paulo era prisioneiro?

R. Cristo.

 2. O que podemos aprender com a viagem de Paulo a Roma?

R. Quando Deus nos chama e envia, até os inimigos fazem-se amigos e os amigos tornam-se irmãos.

 3. Quais os três episódios sobrenaturais que ocorreram em Malta?

R. Paulo permaneceu imune após o ataque de uma víbora; a cura do pai de Públio, magistrado local; e a cura de diversas pessoas.

 4. Descreva a situação de Paulo em sua prisão domiciliar.

R. Paulo morava numa casa alugada vigiada por um soldado. Por segurança, estava preso ao soldado por uma corrente. Mesmo assim, recebia visitas e pregava o evangelho.

 5. Como Lucas encerra os Atos dos Apóstolos?

R. Lucas deixa em aberto os Atos dos Apóstolos.

 AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 Subsídio Bibliográfico

 

Paulo em meio à tempestade

“A experiência de Paulo na tempestade, dentro da vontade de Deus, contrasta com a de Jonas, que estava em desobediência. Comparando as duas, notamos: Paulo viajava para cumprir sua sagrada vocação. Jonas fugia da chamada que recebeu. Este se escondeu e dormiu durante a tempestade. Aquele dirigia as operações e encorajava os passageiros. A presença de Jonas no navio era a causa da tempestade. O navio em que Paulo viajava seria preservado de todo dano se os tripulantes respeitassem seu aviso (At 27.9,10). Jonas foi forçado a dar testemunho acerca de Deus (Jn 1.8,9). Paulo, com boa vontade e coragem, falou acerca da sua visão e do seu Deus. A presença de Jonas no navio ameaça a vida dos gentios. A presença de Paulo era uma garantia para a vida dos seus companheiros de viagem. O navio em que Jonas viajava recebeu alívio quando ele foi jogado no mar. A conversão de Paulo salvou a tripulação do navio no qual era prisioneiro. Há muita diferença em atravessar uma tempestade dentro e fora da vontade de Deus! Paulo, andando segundo o querer de Deus, em comunhão com Ele tornou-se bênção para todos quantos atravessavam o perigo com ele. Conforme Paulo anunciou, todos escaparam ilesos para a terra. Ficaram na ilha durante o inverno, um período de três meses. Mais uma vez foi manifestada a presença de Deus através de Paulo” (PEARLMAN, M. Atos. 1.ed., RJ: CPAD, 1995, pp. 248-49).

 AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 Auxílio Geográfico

 

      Malta — “A ilha e pequena, com cerca de 29 quilômetros de extensão e 13 de largura. Está situada entre a Silícia e a costa africana. Provavelmente, seja o local identificado como a ‘baía de São Paulo’. Na época de Paulo, Augusto alojou, no local, veteranos aposentados do exército. A população falava, além do grego, sua língua original fenícia” (RICHARDS. L. O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1.ed., RJ: CPAD. 2005, p.733).

      Roma — “Antiga rainha do mundo, acha-se edificada às margens esquerdas do Rio Tibre, sobre sete colinas. A cidade é mencionada nos Atos, na Epístola de Paulo aos Romanos e na Segunda Epístola a Timóteo.

No tempo de Pompeu, muitos foram os judeus levados a Roma como cativos. Para eles, o governo reservara um território na margem direita do Tibre. Apesar de desfrutarem dos favores de Júlio César e Augusto, foram os judeus perseguidos por Cláudio que resolveu expulsá-los da capital do império (At 18.2).

Muitos, todavia conseguiram permanecer em Roma, pois quando Paulo aqui chegou, como prisioneiro do Império, encontrou uma considerável colônia judaica (At 28.17)” (ANDRADE, C. Geografia Bíblica. A geografia da Terra Santa é uma das maneiras mais emocionantes de se entender a história sagrada. 11.ed., RJ: CPAD, 2001, p.248).

Lição 12: As viagens missionárias de Paulo

Data: 20 de Março de 2011

 TEXTO ÁUREO

 “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado(At 13.2).

 VERDADE PRÁTICA

 A expansão da igreja é um processo que envolve a ação do Espírito Santo e a obediência irrestrita do crente ao mandato evangelístico de Jesus.

 LEITURA DIÁRIA

Segunda - At 13.1-3

O Espírito Santo comissiona os missionários

Terça - At 13.48,49

O Evangelho avança entre os gentios

Quarta - At 15.40,41

Início da segunda viagem missionária

Quinta - At 18.28

O sucesso da segunda viagem missionária

Sexta - At 19

Início da terceira viagem missionária

Sábado - Mt 28.19

A vocação universal da Igreja

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 13.1-5,46-49.

1 - Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

2 - E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

3 - Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

4 - E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.

5 - E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador.

46 - Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e vos não julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios.

47 - Porque o Senhor assim no-lo mandou: Eu te pus para luz dos gentios, para que sejas de salvação até aos confins da terra.

48 - E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.

49 - E a palavra do Senhor se divulgava por toda aquela província.

INTERAÇÃO

Na lição de hoje, “acompanharemos” o apóstolo Paulo em suas emocionantes viagens missionárias. A Igreja Primitiva cumpriu a Grande Comissão enviando Paulo e Barnabé para a obra que o Senhor os chamara. Assim, Paulo alcançou as nações de sua época. Nós, como Igreja do Senhor, também devemos fazer a nossa parte, pois ainda existem muitas nações e povos que precisam ser alcançados com o Evangelho de Cristo. Atualmente na “Janela 10x40” existem milhares de pessoas que se encontram em trevas espirituais. Como elas ouvirão o Evangelho se não há quem pregue? (Rm 10.14). E como pregarão, se a Igreja do Senhor não enviar e sustentar os missionários? (Rm 10.15). Ouçamos a voz do Espírito Santo, pois Ele continua a falar à sua Igreja: “Separai meus servos para a obra que os tenho chamado”.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Explicar como foi o chamado e a separação de Paulo e Barnabé para a obra missionária.
  • Relatar os principais acontecimentos da segunda viagem missionária de Paulo.
  • Conscientizar-se de que a obra missionária não deve ser negligenciada pela Igreja.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para a lição de hoje será necessário providenciar os mapas das viagens paulinas. É quase impossível falar das viagens missionárias sem o auxílio de mapas. Ao falar das cidades, localize-as no mapa mostrando aos alunos. Sugerimos também a reprodução do quadro abaixo. Utilize-o fazendo um resumo dos principais acontecimentos das viagens missionárias de Paulo.

 

 

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Missão: Transmissão consciente e planejada das Boas Novas de Cristo além fronteiras nacionais e culturais.

A Igreja Primitiva evangelizou o mundo gentio em aproximadamente trinta anos. O imperativo missionário de Atos 1.8 era, e sempre será, uma demanda que não admite contestação ou indolência. Movidos pelo Espírito Santo, os discípulos saíram a evangelizar e a discipular a todos os povos. Nenhuma nação deixou de ser contemplada.

I. A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 13 — 14)

1. De Antioquia a Chipre (At 13.1-12). A primeira viagem missionária de Paulo ocorre logo após ter sido ele comissionado pelo Espírito Santo (vv.2,3). Orientado pelo mesmo Espírito, o apóstolo, juntamente com Barnabé, embarca em Selêucia, porto marítimo de Antioquia, em direção à Ásia Menor (v.4). Com isto, Lucas demonstra ser o Espírito de Cristo o verdadeiro protagonista de Atos dos Apóstolos (v.9).

Já em Chipre, cidade natal de Barnabé (At 4.36), desembarcam em Salamina, onde havia uma considerável população judaica. Ali anunciam a Palavra do Senhor à sinagoga local. Depois, viajando em direção à ilha de Pafos, proclamam o Evangelho de Cristo às suas aldeias e povoados.

2. De Chipre a Antioquia da Pisídia (At 13.13-52). De Pafos, subindo o rio Cestro, Paulo chega a Perge, região da Panfília, cuja população era devota de Diana (Ártemis). Após uma viagem de 160 quilômetros, o apóstolo chega a Antioquia da Pisídia, onde havia uma grande comunidade judaica e um posto militar romano.

Na sinagoga local, Paulo proclama o evangelho aos judeus da Diáspora, conduzindo muitos à conversão. Não poucos prosélitos também aderem à fé. No sábado seguinte, uma grande multidão congrega-se, a fim de ouvir a Palavra de Deus. Os judeus incrédulos, porém, saem a blasfemar e a incitar a cidade contra o apóstolo.

3. De Icônio ao regresso a Antioquia (At 14.1-28). Localizada no entroncamento de Éfeso, Tarso e Antioquia, era Icônio uma cidade mui estratégica à difusão do evangelho. Como de costume, Paulo põe-se a evangelizar os judeus da dispersão. Muitos crêem. Outros, porfiando em sua incredulidade, incitam as gentes contra os apóstolos.

Temendo por suas vidas, Paulo e Barnabé deixam Icônio e dirigem-se a Listra e a Derbe, cidades da Licaônia.

Em Listra, que tinha como padroeiro a Zeus, o maioral dos deuses gregos, os apóstolos pregam e restauram a saúde a um coxo de nascença. Abismados pelo milagre, os licaônios atribuíram o prodígio à manifestação de Zeus e Hermes (At 14.11,12). E já completamente fora de si, puseram-se a oferecer sacrifícios aos apóstolos que, energicamente, impediram-nos (At 14.15).

Logo em seguida, os que eram adorados como deuses são tratados como a escória da humanidade. Uma multidão, procedente de Antioquia e Icônio, incita as pessoas a apedrejarem a Paulo, que é dado como morto (At 14.19). No entanto, a semente ali plantada haveria de florescer e frutificar.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Logo depois de serem comissionados pelo Espírito Santo, a igreja de Antioquia enviou Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária.

II. A SECUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 15.36 — 18.28)

1. Em direção à Ásia (15.36 — 16.8). Após a ruptura com Barnabé, prossegue Paulo na companhia de Silas, que também era profeta (At 15.32). Em Listra, une-se a eles um jovem greco-hebreu — Timóteo, a quem o apóstolo escreveria duas epístolas.

Deixando Antioquia, passaram pela Síria e Cilicia. Confortando as igrejas na fé, informando-as acerca da resolução do Concílio de Jerusalém (16.4,5). Em ato contínuo, atravessam a região da Frígia e da Galácia. Mas o Espírito Santo, sempre na direção dos atos de seus apóstolos, interrompe-lhes a jornada, conduzindo-os por um itinerário que haveria de mostrar-se vital à expansão do Cristianismo.

2. Em direção à Europa (16.12 — 18.18). Em Trôade, Paulo é orientado, numa visão, a seguir para a Macedônia. Rumo a Filipos, passa pela Samotrácia e por Neápolis, até chegar a Filipos. Esta foi a primeira cidade da Europa a receber o evangelho. E Lídia, a primeira européia a receber a Cristo, constrange os apóstolos a hospedarem-se em sua casa.

Nessa cidade, Paulo expulsa o espírito de adivinhação de uma jovem que, por intermédio desse artifício, dava grandes lucros a seus senhores (At 16.16-18). Vendo estes que a fonte de seu ganho secara, incitaram a cidade contra os apóstolos que, levados ao tribunal, foram postos em prisão.

No cárcere, Paulo e Silas adoravam a Deus quando um terremoto abriu-lhes as portas da cadeia. O episódio constrangeu o carcereiro e toda a sua família a converterem-se a Cristo (At 16.31). Já libertos, seguiram eles a Tessalônica, passando por Anfípolis e Apolônia. E dali, prosseguiram a pé por 64 quilômetros até a cidade.

3. Regresso (18.18-22). De Atenas, dirigiu-se Paulo a Corinto, a mais importante metrópole da Grécia. Na cidade, fez contatos com Áquila e Priscila. Aos sábados, consagrava-se ele a proclamar o evangelho aos judeus e gentios ali residentes. Seu grande esforço resultou na conversão do principal da sinagoga — o irmão Crispo. A permanência de Paulo em Corinto foi de um ano e seis meses. Despedindo-se da igreja ali estabelecida, dirigiu-se a Éfeso, na província da Lídia. Em seguida, retorna a Antioquia via Jerusalém.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

O Espírito Santo conduz o apóstolo Paulo a realizar sua segunda viagem missionária.

III. TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 18.23 — 28.31)

1. De Antioquia a Macedônia (18.23 — 20.3). De Antioquia, Paulo dirigiu-se a Éfeso, objetivando confirmar a igreja local. Como alguns discípulos nada sabiam sobre o Espírito Santo, pôs-se o apóstolo a doutriná-los acerca da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Em seguida, orou para que o Espírito de Deus sobre eles viesse. Imediatamente, começaram a falar noutras línguas e a profetizar.

Como resultado de seu trabalho, a superstição é vencida na cidade.

2. De Filipos a Jerusalém (20.6 — 21.17). Nessa seção de Atos, Paulo encerra a sua terceira viagem missionária. Visita a Macedônia e a Grécia. Logo a seguir, retorna a Ásia (20.1-6). Alguns fatos marcaram-lhe o regresso: seu longo discurso, a ressurreição de Êutico e o comovente discurso aos anciãos de Éfeso. Apesar de alertado divinamente sobre os perigos que o aguardavam em Jerusalém, chega à Cidade Santa.

3. Paulo em Jerusalém. Em Jerusalém, Paulo reúne os anciãos da Igreja em casa de Tiago e narra o que Deus fizera aos gentios através de seu ministério. Ante o relato, os presbíteros preocupam-se com a reação dos judeus a respeito de Paulo. O temor não era infundado: Paulo é acuado e agredido pela multidão. Todavia, o Senhor preserva-lhe a vida, providenciando para que seja levada a Roma, onde era mister que proclamasse o evangelho.

 SINOPSE DO TÓPICO (III)

 O Espírito Santo conduzia Paulo de cidade em cidade, fortalecendo-o para que realizasse sua terceira viagem missionária.

 

 CONCLUSÃO

 Nas viagens missionárias de Paulo, vemos clara e meridianamente os Atos do Espírito Santo. Sim, o Espírito Santo continua a operar maravilhas no campo missionário, fazendo o evangelho chegar aos confins da terra. Quando intimado pelo Senhor, não se furte. Responda: “Eis-me aqui, envia-me a mim”.

 VOCABULÁRIO

 Diáspora: dispersão dos judeus.
Mister: Necessidade, urgência.

 BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 PETERS, G. W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. RJ: CPAD, 2000.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico Cultural do Novo Testamento. 1.ed. RJ: CPAD, 2007.

 EXERCÍCIOS

 1. Antes de Paulo, quais discípulos empreenderam viagens evangelísticas?

R. Filipe e Pedro.

 2. Quem foi desmascarado em Pafos?

R. O falso profeta Elimas.

3. Cite os doinovos companheiros de Paulo após a separação dele com Barnabé.

R. Silas e Timóteo.

4. Quanto tempo Paulo passou em Corinto?

R. Um ano e seis meses

5. Cite três fatosrcntes ocorridos no regresso de Paulo a Jerusalém.

R. O longo discurso de Paulo, a ressurreição de Êutico, e a pregação aos anciãos de Éfeso.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Bibliográfico

A Primeira Viagem Missionária

“[...] como pôde o apóstolo Paulo, em tão pouco tempo, evangelizar os principais centros do Império Romano e, finalmente, instalar-se em Roma com a irresistível mensagem do Evangelho? Ou melhor: como pôde um único homem revolucionar toda a sua época? A resposta não exige muita abstração. Em primeiro lugar, era Paulo um mensageiro extraordinário do Senhor, através do qual foi o evangelho universalizado. Além disso, utilizou-se ele da infra-estrutura do império para viajar de cidade em cidade, de província em província e de reino em reino. Providencialmente, não precisava de nenhum passaporte especial: era um cidadão romano. Somente um Deus, que é a mesma sabedoria, haveria de predispor todas as coisas a fim de que a mensagem da cruz chegasse aos confins da terra. [...] Em Antioquia, o apóstolo Paulo desempenhou uma importante etapa de seu ministério. E daqui, partiu ele para a sua primeira viagem missionária. Após o Concílio de Jerusalém, retornou à cidade com as resoluções tomadas pelos apóstolos e anciãos (At 15.23). Sua segunda viagem missionária também teria Antioquia como ponto de partida. Atualmente, Antioquia não passa de uma modesta povoação. Para nós, no entanto, será conhecida sempre como a igreja missionária por excelência” (ANDRADE, C. Geografia Bíblica. 11.ed. RJ: CPAD, 2001, pp.227-29).

Lição 11: O primeiro Concílio da Igreja de Cristo

Data: 13 de Março de 2011

TEXTO ÁUREO

Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue [...] e das relações sexuais ilícitas [...](At 15.28,29 — ARA).

VERDADE PRÁTICA

O objetivo de um concílio eclesiástico, convocado sob orientação divina, é preservar a unidade da Igreja no Espírito Santo e conservar a sã doutrina.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Êx 4.29

O primeiro concílio de Israel

Terça - Nm 11.16-30

Um concílio de homens sábios e santos

Quarta - Js 7.6

Um concílio prostrado ante o Senhor

Quinta - Ed 5.6

Um concílio sob o olhar do Senhor

Sexta - At 1.12-26

A primeira reunião dos apóstolos

Sábado - At 6.1,2

A segunda reunião dos apóstolos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 15.6-12.

6 - Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.

7 - E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Varões irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho e cressem.

8 - E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós;

9 - e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé.

10 - Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar?

11 - Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também.

12 - Então, toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios.

INTERAÇÃO

A igreja de Jerusalém corria o risco de se transformar num movimento religioso como outro qualquer da Judeia. Se não fosse a sábia decisão dos Apóstolos, dos líderes e da comunidade palestínica, a Igreja de Cristo estaria fadada a um fortuito fracasso já em seus primórdios. Porém, o Espírito Santo conduziu o Concílio de Jerusalém, abalizando-o por uma sábia decisão: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Saúde” (At 15.28,28 — ARA).

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Saber que o concílio de Jerusalém foi vital para a expansão do cristianismo.
  • Compreender que as decisões adotadas no concílio são para os dias atuais.
  • Conscientizar-se de que as reuniões eclesiásticas são de suma importância para a organização da igreja.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, explique aos alunos a importância do Concílio de Jerusalém para a igreja local palestínica e, consequentemente, à Igreja de Cristo nos dias atuais. Para introduzir o tópico II, reproduza, conforme suas condições, o esquema abaixo. Esclareça o fato de que, se a igreja de Jerusalém não desse uma resposta autêntica aos judaizantes, o cristianismo se tornaria apenas uma facção judaica ou uma mera religião ascética, que não sairia da Judeia. Conclua que, na força do Espírito Santo, a liberdade em Cristo é garantida pelas Escrituras!

O CONCÍLIO DE JERUSALÉM

Contexto

A conversão dos gentios; a tensão entre judeus e gentios; a insistência dos crentes judaizantes tradicionalistas para que os gentios adotassem o estilo de vida judaico; o combate violento de Paulo contra o evangelho judaizante; a necessidade de uma resolução que legislasse sobre o tema.

 

A questão levantada

Para os gentios serem salvos, era necessário se tornar um judeu? Atualmente, é necessário alguma outra coisa, fora de confessar a Cristo, para ser salvo?

O debate

De um lado os fariseus cristãos apoiavam a visão dos judaizantes; do outro, Paulo e Barnabé enfatizavam que Cornélio e sua família foram aceitos por Deus como gentios.

Conclusão

Em harmonia com as Escrituras, a contribuição do apóstolo Tiago foi preponderante para a resolução apostólica em conjunto com a igreja: 1) não se devia pedir aos gentios que adotassem a “cultura” judaica, pois isto “perturbaria” (15.19) a liberdade em Cristo; 2) As recomendações estabelecidas foram: não comer carne sacrificada a ídolos; não ingerir sangue e não comer carne sufocada; não praticar relação sexual ilícita. Estas resoluções deixam patentes a verdadeira liberdade que há em Cristo Jesus e o verdadeiro princípio de respeito à vida que Deus exige de nós!

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Concílio: Reunião em que se trata de assuntos dogmáticos, doutrinários ou disciplinares.

Sob as instâncias de Paulo e Barnabé, os apóstolos convocam o Concílio de Jerusalém, para tratar de uma questão que vinha perturbando os crentes gentios: Deveriam estes também observar os costumes e ritos judaicos? Isto porque, “alguns que tinham descido da Judeia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (At 15.1).

As decisões desse concílio, realizado no ano 48, foram mais do que vitais à expansão do Cristianismo até aos confins da terra.

I. O QUE É UM CONCÍLIO

1. Definição. Originária do vocábulo latino concilium, a palavra concílio significa conselho, assembleia. O concílio, por conseguinte, é uma reunião de representantes da Igreja, cujo objetivo é deliberar acerca da fé, doutrina, costumes e disciplina eclesiástica.

2. Os concílios no Antigo Testamento. O primeiro concílio da velha aliança deu-se quando Moisés congregou os anciãos de Israel para declarar-lhes o plano de Deus para libertar os hebreus do Egito (Êx 4.29). A partir daí, muitos foram os concílios convocados quer pelos reis, quer pelos profetas, para tratar das urgências nacionais e das crises que surgiram ao longo da história de Israel no Antigo Testamento (2 Cr 34.29: Ed 10.14; Ez 8.1).

3. Os concílios em o Novo Testamento. Os apóstolos reuniram-se em três ocasiões distintas, para decidir sobre pendências na comunidade cristã. A primeira vez para eleger Matias em lugar de Judas Iscariotes e aguardar a chegada do Consolador; a segunda para instituir o diaconato; e a terceira, para discutir as imposições que os judaizantes buscavam impor sobre os cristãos gentios (At 1.12-26; 6.1-15; 15.6-30).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O concílio é uma reunião de representantes da Igreja, com o objetivo de deliberar acerca da fé, doutrinas e costumes eclesiásticos.

II. A IMPORTÂNCIA DO CONCÍLIO DE JERUSALÉM

A terceira reunião dos apóstolos, que viria a ser conhecida como o Concílio de Jerusalém, foi tão importante e vital à Igreja de Cristo que dela dependia o futuro do Cristianismo. Se os apóstolos houvessem cedido à pressão dos judaizantes, a religião do Nazareno extinguir-se-ia em mera seita judaica. Mas os dirigentes da Igreja, instrumentalizados pelo Espírito Santo, houveram-se com sabedoria e firmeza, possibilitando que o Reino de Deus, transcendendo as fronteiras de Israel, se universalizasse até aos confins da terra.

O Concílio de Jerusalém foi modelar desde a convocação até as suas derradeiras decisões.

1. Convocação. O Concílio de Jerusalém foi convocado pelos apóstolos sob as instâncias de Paulo e Barnabé. Enviados pelas igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia, requeriam eles fosse tomada uma resolução urgente quanto a este problema: deveriam os gentios observar também os costumes e ritos judaicos, incluindo a circuncisão?

2. Presidência. Sendo a figura de Pedro preponderante entre os santos da circuncisão, conclui-se tenha ele presidido o Concílio de Jerusalém. Em todos aqueles acalorados debates, o apóstolo agiu com sabedoria, moderação. Tudo fez por preservar a unidade da Igreja no Espírito Santo.

3. Debates. As discussões são acaloradas. Extremados na defesa do farisaísmo, exigiam os judaizantes: “É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés” (At 15.5 — ARA).

Em seguida, Pedro levanta-se e põe-se a historiar como os gentios, por seu intermédio, vieram a converter-se a Cristo. Para calar a boca aos adversários, indaga o apóstolo: “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós? Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram” (At 15.10,11 — ARA).

Depois da exposição de Pedro, os também apóstolos Paulo e Barnabé tomam a palavra. Faz Lucas esta observação: “Então toda a multidão silenciou, passando a ouvir a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus fizera por meio deles entre os gentios” (At 15.12 — ARA).

4. O pronunciamento decisivo de Tiago. Apesar de sua reputação conservadora, sai Tiago irmão do Senhor, em defesa dos santos gentios e da universalidade da igreja de Cristo: “Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue” (At 15.19,20 — ARA).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A importância do Concílio de Jerusalém, instrumentalizado pelo Espírito Santo, foi universalizar o Reino de Deus, levando-o até aos confins da terra.

III. A CARTA DE JERUSALÉM

Encerrados os debates, decidem os apóstolos enviar uma encíclica às igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia, por intermédio de Paulo, Barnabé, Judas e Silas, expondo as resoluções tomadas no Concílio de Jerusalém (At 15.27-30). Resoluções estas, aliás, que se fizeram universais tanto em relação ao tempo quanto ao espaço; tornaram-se contemporâneas dos cristãos de todas as eras. Em resumo, o documento trata dos seguintes temas:

1. Da salvação pela graça. Deixam os apóstolos bem patente o seu apoio ao evangelho que Paulo proclamava aos gentios: a salvação pela graça (At 15.11).

2. Da comida sacrificada aos ídolos. A carta circular dos apóstolos é bem clara: “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos” (At 15.29). Terá essa recomendação alguma serventia para nós hoje? Além das festas juninas e dos doces distribuídos no dia de Cosme e Damião, há muitos banquetes consagrados aos deuses das riquezas, às divindades do poder corrupto e corruptor, e aos demônios da permissividade moral e do relativismo ético. Outrossim, cuidado com os restaurantes que, logo na entrada, expõem a sua divindade como se fora um mero folclore. Não é folclore; é demônio mesmo.

3. Da ingestão de sangue e de carne sufocada. Parece uma recomendação banal? Nada na Bíblia pode ser banalizado. Ouçamos e obedeçamos à encíclica apostólica: “Que vos abstenhais [...] do sangue, da carne de animais sufocados” (At 15.29 — ARA). Receitas culinárias que empregam o sangue como um de seus ingredientes contrariam as leis divinas. Leia Gênesis 9.4.

4. Das relações sexuais ilícitas. Num século tão promíscuo e leniente como este, a recomendação dos santos apóstolos não haverá de ser esquecida: “[...] que vos abstenhais das relações sexuais ilícitas” (At 15.29). O que é uma relação sexual lícita? É a praticada no âmbito do casamento entre um homem e uma mulher. Logo, o sexo antes e fora do casamento é ilícito e pecaminoso (Êx 20.14; Ap 22.15). Pecado também é o homossexualismo tanto masculino quanto feminino (Lv 18.22; Rm 1.26-27; 1 Co 6.9).

A voz dos apóstolos não pode ser calada pela “lei da mordaça”.

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

As resoluções do Concílio de Jerusalém consistiram dos seguintes temas: Salvação pela graça; Comida sacrificada aos ídolos; Ingestão de sangue e de carne sufocada; Relações sexuais ilícitas.

CONCLUSÃO

Que o exemplo dos santos apóstolos mova a Igreja de Cristo a livrar-se de toda briga local, a fim de mostrar a sua vocação universal e eterna. O mesmo Espírito que dirigiu o Concílio de Jerusalém faz-se presente no meio de seu povo, inspirando os ministros do Evangelho a tomarem decisões de conformidade com a Bíblia Sagrada. Interessante, o concílio convocado para combater o legalismo judaizante tornou a Igreja de Cristo mais santa e pura.

VOCABULÁRIO

Encíclica: carta circular abordando algum tema de doutrina.

Quizília: desavença, rixa, pendência.

Transcender: elevar-se sobre ou ir além dos limites de; situar-se para lá de.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

RICHARDS, L. O. Comentário Histórico Cultural do Novo Testamento. 1.ed. RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é um concílio?

R. O concílio é uma reunião de representantes da Igreja, cujo objetivo é deliberar acerca da fé, doutrina, costumes e disciplina eclesiástica.

 

2. Por que o Concílio de Jerusalém foi convocado?

R. Para tomar uma resolução quanto ao problema dos gentios observarem os costumes e ritos judaicos.

 

3. O que buscavam os judaizantes?

R. A determinação aos gentios à circuncisão e à observação da lei de Moisés.

 

4. Discorra sobre o discurso de Tiago.

R. Livre.

 

5. Quais as resoluções tomadas pelo Concílio?

R. Os apóstolos recomendam não comer carne sacrificada a ídolos, não ingerir sangue e carne sufocada, e não praticar relações sexuais ilícitas.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Bibliográfico

 

“A decisão do Espírito Santo

‘Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo, e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação [relações sexuais ilícitas — ARA]; das quais coisas fazeis bem se vos guardares’ (At 15.28,29). A expressão ‘pareceu bem ao Espírito Santo’ significa: O Espírito Santo, na sua atuação entre os gentios já testemunhara que estes foram libertos do jugo da Lei mosaica (At 10.44-48). O Espírito Santo, cuja orientação foi prometida aos apóstolos e outros líderes [e à Igreja], já testemunhara ao coração deles que os gentios deviam ser livres do fardo (Mt 18.20; Jo 16.13). [Ou seja] Os gentios foram isentos da obrigação de observar os costumes judaicos. [...] Estes convertidos já possuíam a vida e a liberdade espiritual. Por que enterrar esta vida com formulários mortos?” (PEARLMAN, M. Atos. E a Igreja se fez Missões. 1.ed. RJ: CPAD, 1995, pp. 169-70).

 

 

Lição 10

 
O EVANGELHO PROPAGA-SE ENTRE OS GENTIOS
Texto Áureo: At. 10.45 – Leitura Bíblica em Classe: At. 10.44-48; 11.15-18

Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @ebd_ADMossoro

Objetivo: Mostrar aos alunos que Deus não faz acepção de pessoas, de nações ou de raças e que deseja que o evangelho de Jesus Cristo seja anunciado entre todos os povos.

INTRODUÇÃO
A pregação do evangelho, nos primeiros capítulos de Atos, ficou restrita a Jerusalém. No capítulo 8, esse passa a ser enunciado entre os samaritanos, mas fazia-se necessário que esse fosse mais além. Na aula de hoje, estudaremos a respeito da pregação de Pedro entre os gentios, mais especificamente, na casa de Cornélio, ressaltando seus efeitos a todos aqueles que recebem a Cristo como Salvador.

1. CORNÉLIO, UM OFICIAL PIEDOSO
Na cidade de Cesaréia, habitava um oficial romano, por nome Cornélio. Lucas o apresenta como “centurião da coorte, chamada italiana, piedoso e temente a Deus com toda a sua casa”. Esse homem praticava sua fé em Deus por meio de “muitas esmolas ao povo e de continuo orava a Deus” (At. 10.1,2). O registro lucano demonstra ser esse um homem que buscava agradar a Deus, era sensível à causa dos necessitados e um pai de família exemplar. O texto dá a entender que Cornélio era um convertido ao judaísmo e que tinha a intenção de servir a Deus. Em resposta às suas orações, ele recebeu a visita de um anjo, que veio até ele, não para pregar o evangelho, pois essa não era sua atribuição, mas para indicar onde encontrar um mensageiro da Palavra, o apóstolo Pedro. O oficial romano envia “dois dos seus domésticos e um soldado piedoso” para irem a Jope, a fim de chamar “Simão, que tem por sobrenome Pedro” (At. 10.5). Enquanto esses se dirigiam a Jope, o Senhor deu uma visão a Pedro na qual ele viu um lençol, que representava o mundo, os quatro cantos; apontando para os quatro pontos cardeais da terra; os animais que simbolizavam as raças e que seriam alcançadas pela pregação de Cristo. A visão dada a Pedro pode ter resultado da sua condição espiritual, pois se encontrava em jejum: “estando com fome, quis comer: mas, enquanto lhe preparavam a comida sobreveio-lhe um êxtase” (At. 10.10). Ele ouviu uma voz que dizia “mata e come” (At. 10.13). A resposta do apóstolo foi decisiva: “De modo nenhum, Senhor” e acrescentou “jamais comi coisa alguma comum e imunda” (At. 10.15). A visão do lençol se repetiu “por três vezes, e logo aquele objeto foi recolhido ao céu” (At. 10.16). Aquela visão deva ter deixado Pedro perplexo e confuso, mas enquanto “meditava acerca da visão, disse-lhe o Espírito: Estão ai dois homens que te procuram” (At. 10.19). Deus é Senhor das situações, pois Ele preparou Pedro, o judeu, para que esse levasse o evangelho a Cornélio, o gentio.

2. A PREGAÇÃO DE PEDRO EM CESARÉIA
No dia seguinte Pedro partiu com eles, acompanhados por alguns irmãos que habitavam em Jope. Cornélio o esperava, e para ouvi-lo, preparou o ambiente, reunindo “seus parentes e amigos íntimos” (At. 10.24). A atitude de Cornélio deva servir de exemplo para os cristãos dos dias atuais, a fim de que possam abrir portas para que o evangelho de Cristo seja anunciado, entre vizinhos e parentes. Cornélio era tão temente a Deus que ao avistar Pedro prostrou-se aos seus pés e o adorou. Mas Pedro, diferentemente de alguns líderes religiosos, que gostam de ser adorados, “o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem” (At. 10.26). Em seguida, passou a expor a verdade do evangelho, partindo da revelação que o Senhor havia lhe dado: “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável àquele que, em qualquer nação, o teme e obra o que é justo” (At. 10.34,35). A mensagem de Pedro revela que Deus não faz distinção geográfica de pessoas, isto é, quanto à nacionalidade. Isso não quer dizer que elas podem ser salvas por meio das obras (Ef. 2.8,9). Jesus é o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por Ele (Jo. 14.6) e em nenhum outro há salvação senão no nome de Jesus (At. 4.12). Pedro foi enviado a Jope justamente para proclamar a morte e a ressurreição de Cristo (At. 10.38-40). A mensagem do apóstolo alertou os ouvintes quanto ao juízo: “ele é quem foi constituído por Deus juiz de vivos e mortos” (At. 10.42). Em consonância com o evangelho, declara também “que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At. 10.43). A pregação de Pedro foi genuinamente evangélica, ele anunciou a condição de pecado das pessoas (Rm. 3.23), as conseqüências do pecado (Rm. 6.23), a incapacidade da salvação pelas obras (Ef. 2.8,9), a realidade do juízo vindouro (I Tm. 4.1) e a necessidade de arrependimento para o recebimento do perdão de pecados (At. 2.38). Existem muitos pregadores nos dias de hoje que não tratam mais a respeito desses temas. Como eles não anunciam o evangelho de Cristo, também não podem ser considerados pregadores evangélicos.

3. OS EFEITOS DA PREGAÇÃO DE PEDRO
A genuína pregação do evangelho de Jesus Cristo traz efeitos positivos. Enquanto Pedro anunciava a mensagem, “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a Palavra” (At. 10.44). O verdadeiro pentecostes acontece sempre em consonância com a ministração da Palavra de Deus. O movimento pentecostal não é resultado de mero subjetivismo. Os pioneiros pentecostais eram homens e mulheres que amavam a Palavra de Deus. A maioria deles não teve a oportunidade de obter formação acadêmica, mas, por outro lado, eram estudiosos da Bíblia, tinha prazer em conhecer suas doutrinas. As escolas dominicais e as escolas bíblicas para obreiros tiveram papel fundamental na formação dos pioneiros do movimento pentecostal. Esse é o fator desencadeador do derramamento do Espírito que causou admiração aos “fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios” (At. 10.45). A graça maravilhosa de